O infarto do miocárdio na mulher

Estudos recentes observaram que uma a cada cinco mulheres vai sofrer um infarto do miocárdio, também chamado de ataque cardíaco.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço das mortes em mulheres no mundo. Dentre as doenças cardiovasculares, o infarto do miocárdio é a principal causa de óbito (12% em 2019) entre as mulheres no Brasil. Para se ter uma ideia da importância da doença, o câncer de mama foi responsável por 3% dos óbitos no mesmo ano.

Há 50 anos atrás, para cada dez mortes por infarto, 9 eram homens e apenas 1 era mulher. Atualmente, as mulheres representam quase a metade dos óbitos. O que levou a este aumento da prevalência do infarto? Provavelmente isso se deve ao estilo de vida adotado pela mulher contemporânea, no que diz respeito à carreira profissional. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, observamos um acúmulo de funções com as demais histórica e culturalmente impostas relativas à administração da casa, da família e dos filhos, contribuindo com uma piora significativa do padrão alimentar e com a redução da atividade física. Vimos, portanto, um aumento progressivo nas taxas de obesidade, tabagismo, hipertensão arterial e transtorno de ansiedade nas mulheres nas últimas décadas.

Um outro fato relevante é que o risco de uma doença cardiovascular é bem menor nas mulheres do que nos homens antes da menopausa. Após a menopausa, o risco de homens e mulheres se igualam. Há um efeito protetor do estrogênio nas doenças cardiovasculares. Além disso, a mortalidade do infarto na mulher é 50% maior que no homem.

Mas por que o infarto é mais grave na mulher? Há várias causas relacionadas à esse quadro mais grave:
• Mulheres possuem sintomas mais atípicos de infarto, como falta de ar, fadiga, náuseas, dores no estômago, podendo ser confundido com outras doenças.
• Mulheres costumam menosprezar os sintomas, deixando para procurar atendimento médico de urgência mais tardiamente.

Mais de 90% das mulheres que morreram devido a um infarto tinham fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia (níveis elevados de colesterol ou triglicérides).

Mas vale lembrar que 80% das doenças cardiovasculares podem ser prevenidas com a mudanças no estilo de vida, como parar de fumar, começar a se exercitar e comer de forma saudável mantendo o peso na faixa ideal e o colesterol nos níveis adequados. Além de melhorar a saúde física, é observada um aumento da sensação de bem estar, com uma redução significativa nas taxas de transtornos de ansiedade e depressão.
Nunca é tarde para mudanças! Comece hoje mesmo a cuidar de você!

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