Síndrome do roubo coronário-subclávio

A síndrome de roubo coronário-subclávio (SRCS) acomete indivíduos submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica com uso da artéria mamária interna esquerda (MIE). Nesses casos, uma estenose da artéria subclávia esquerda (EAS) proximal à origem da MIE reduz o fluxo sanguíneo para o membro superior, causando assim uma inversão do fluxo na MIE, com concomitante “roubo” hemodinâmico da circulação coronária para o membro superior. A principal etiologia da EAS é a aterosclerose.

A síndrome é uma causa rara de isquemia cardíaca, que causa angina recorrente e, mais raramente, claudicação do membro superior e insuficiência cardíaca. Em casos de estenose crítica ou oclusão, pode levar a infarto agudo do miocárdio. Ao exame físico observamos a diminuição da pressão arterial do membro superior ipsilateral à estenose, com uma diferença ≥ 20mmHg entre as pressões arteriais nos 2 membros superiores e a existência de um sopro na fossa supraclavicular. É necessário confirmar a suspeita com Doppler, angio‐TC, angio‐RMN ou arteriografia.

Em indivíduos que se apresentam com EAS e nos quais esta se encontra proximal à origem da artéria vertebral, é ainda possível a existência simultânea de síndrome de roubo subclávio‐vertebral, que se caracteriza pela existência de fluxo invertido na artéria vertebral, desviando assim fluxo da circulação cerebral posterior. Os sintomas mais frequentes são cefaleias, tonturas, vertigens, ataxia e síncope. A correção da EAS é um tratamento eficaz para ambas as síndromes e pode ser feita através de uma angioplastia com implante de stent no local da obstrução.

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